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Pirâmide de Bird: entenda a relação com a gestão de frotas

Pirâmide de Bird: entenda a relação com a gestão de frotas

Você já ouviu falar sobre a pirâmide de Bird? Essa ferramenta permite avaliar a gestão de frotas e respalda a criação de condições seguras para os condutores.

Criada por Frank Bird Jr, a teoria contribui com a avaliação dos riscos. E oferece uma estrutura sólida capaz de orientar as decisões estratégicas tomadas diariamente por gestores.

Logo, saber como ela funciona e conhecer seus benefícios para aplicar na gestão de frotas é um diferencial interessante. Para você tirar suas dúvidas, elaboramos este artigo. 

Boa leitura!

O que é a Pirâmide de Bird?

Também conhecida como pirâmide de desvios, essa é uma metodologia que mapeia as intercorrências de trabalho, para não acontecerem novamente.

A pirâmide foi desenvolvida pelo Engenheiro e Gestor de programas de saúde e segurança do trabalho, Frank Bird Jr. 

Ela se baseou em cerca de 1,75 milhão de dados de acidentes em 297 empresas nos EUA.

Bird partiu do princípio de que todo problema tem uma causa, seja por falha humana ou uma condição insegura no ambiente de trabalho.

Ele relacionou os incidentes e acidentes e os classificou conforme o nível de severidade e frequência de ocorrência. Assim, chegou aos números mostrados na imagem abaixo.

O que é a Pirâmide de Bird?

A interpretação da pirâmide é baseada na estatística. Ou seja, existe uma distribuição natural dos acidentes. 

Eles se apresentam conforme o nível de gravidade e o impacto que geram na organização, representados pelos danos físicos e materiais.

Bird Jr entendeu que as relações existentes seguem um padrão entre uma camada da pirâmide e outra, em que:

  • 1:10 – para cada acidente sério (com morte ou lesão grave), há 10 acidentes menores (com lesões leves);
  • 1:10:30 – para cada acidente sério, teremos 10 acidentes com lesões leves e 30 acidentes sem lesões;
  • 1:10:30:600 – para cada acidente sério, existem 10 acidentes com lesões leves, 30 sem lesões e 600 acidentes menores (quase-acidentes).

Esse padrão reforça a importância de aumentar a capacidade de identificar e corrigir as causas dos incidentes e acidentes menores, inclusive na gestão de frotas

Por consequência, os sinistros maiores são reduzidos. 

Por que aplicar a pirâmide de Bird na gestão de frotas?

O grande foco da metodologia é reduzir a quantidade de incidentes e acidentes. 

Logo, para a gestão de frotas, a pirâmide ajuda a resolver a dificuldade em gerenciar esses fatores, relativamente recorrentes entre gestores da área. 

Basta olharmos os números.

Um estudo citado pela Michelin destacou que 9 entre 10 acidentes de trânsito são ocasionados por falha humana. E as causas são as mais variadas. Veja:

  • Reação tardia e falta de atenção;
  • Velocidade incompatível com a via;
  • Pouca distância para outros veículos no trânsito e mudança de faixa;
  • Consumo de álcool e sono;
  • Avançar no cruzamento.

Entre elas, a falha mecânica é a única que não está relacionada ao motorista. 

Entretanto, pode ser evitada com a manutenção preventiva do veículo. Ou seja, também depende das pessoas.

Logo, a pirâmide de Bird identifica e ajuda na tomada de decisão que reduz praticamente todas as falhas relacionadas à frota. Ao entendê-la, verificamos que:

  • A maioria dos incidentes não se transforma em acidentes. Logo, há a oportunidade de identificar e corrigir as condições de insegurança;
  • Para cada problema grave, há muitos incidentes menores. Eles devem entendidos como sinais de alerta, demandando uma ação;
  • Quando o número de incidentes é reduzido, os acidentes e perdas também seguem a mesma tendência.

5 vantagens do uso da Pirâmide de Bird como ferramenta de gestão

A Pirâmide de Bird é aplicável para a gestão de frotas, sendo capaz de gerar ótimos resultados. A explicação é simples.

Quando olha para os incidentes aparentemente sem importância, o gestor tem respaldo para aplicar estratégias para evitar acidentes maiores

Consequentemente, a segurança no trânsito e a proteção de pessoas e dos ativos são beneficiados.

E as oportunidades vão além. Confira algumas!

1. Segurança da gestão

Quando há a análise dos indicadores e dados gerados, o gestor pode estabelecer melhorias, aumentando a segurança da frota.

Com isso, as ações corretivas dão espaço para a atuação preventiva, permitindo o crescimento exponencial.

2. Permite identificar o comportamento de risco

A pirâmide contribui com um entendimento visual de quais são os comportamentos de risco. Além disso, mostra como podem se tornar problemas maiores.

3. Promove a melhoria contínua

O gestor age com assertividade. Pode, inclusive, lidar com possíveis gargalos da gestão.

Ou seja, quando o método é atrelado a ferramentas específicas, como a telemetria e análise do perfil dos condutores, a coleta de dados é muito maior.

Consequentemente, darão respaldo para ações efetivas e contínuas de melhorias.

4. Manutenção reduzida

manutenção preventiva de frotas também se beneficia com a ferramenta. 

Ela mostra os problemas mais comuns e permite a adoção de ações assertivas e preventivas, antes de algo grave acontecer.

5. Dá luz para a conscientização de motoristas

Por permitir visualizar a relação entre incidentes, acidentes leves e graves, a pirâmide de Bird conscientiza motoristas, estimulando-os a relatar erros.

Ou seja, implementar essa metodologia aumenta a produtividade e eficiência da gestão. Ao mesmo tempo, reduz riscos, torna a operação mais segura e eficaz.

Há outros benefícios importantes:

  • Visão holística da atividade;
  • Priorização estratégica, ao orientar os gestores a priorizarem primeiro os elementos fundamentais para depois buscar a inovação;
  • Eficiência operacional, permitindo a adoção de práticas sólidas;
  • Redução de custos operacionais de forma sustentável;
  • Preparação para os desafios futuros, ao incentivar a inovação estratégica e melhorar a competitividade.

Como aplicar a pirâmide de Bird na gestão de frotas?

Como aplicar a pirâmide de Bird na gestão de frotas?

A aplicação da pirâmide depende de estratégias graduais que envolvam todas as pessoas. Para sua aplicação, alguns pontos são necessários:

Colete o maior número de dados e identifique perigos

Em um primeiro momento, colete o maior número de dados sobre os eventos associados à operação da frota, sejam eles: 

  • Quase-acidentes; 
  • Acidentes com danos aos veículos e às cargas; 
  • Acidentes com lesões ao motorista;
  • Acidentes graves, que causam invalidez e morte.

Para identificar padrões e áreas de risco, utilize dados de telemetria, relatórios de acidentes e indicadores de desempenho.

Também envolva os funcionários, incentivando-os a relatar qualquer condição insegura.

Reúna todas as evidências disponíveis, como fotos, vídeos e registros de dados.

Identifique seus riscos específicos

Na próxima etapa, analise a proporção entre os eventos. 

Com isso, será possível identificar quais são os seus principais riscos e, principalmente, as possíveis soluções.

Ou seja, investigue todos os incidentes ocorridos, não apenas os mais graves, e tente identificar as causas raízes deles.

Tome decisões gerenciais

Depois de mapear todos os riscos, chega a hora de tomar decisões que ajudem a reduzi-los. 

Por exemplo, se a sua frota apresenta alto índice de quase-acidentes, tome medidas que impeçam que elas cresçam e gerem acidentes.

Entre essas medidas, vale ponderar: 

  • Treinamento dos motoristas, visando uma condução segura;
  • Implantação de medidas de segurança que evitem colisões;
  • Manutenção preventiva dos veículos.

Se a ocorrência de sinistros estiver elevada, implemente medidas radicais, como:

  • Treinamento dos motoristas em técnicas de direção defensiva;
  • Implementação de sistemas capazes de monitorar a fadiga do condutor;
  • Adotar sistemas de telemetria para monitorar dados em tempo real;
  • Realizar inspeções regulares nos veículos;
  • Oferecer conforto e descanso correto aos motoristas;
  • Garantir que a cada 4 horas dirigindo, eles façam uma pausa de 30 minutos, segundo recomendado pela “Lei do Motorista” (Lei nº 13.103/2015).

Comunique as medidas adotadas

A comunicação das decisões e ações garante que todos se mantenham informados e envolvidos sobre as mudanças organizacionais.

Por isso, uma boa comunicação interna é fundamental, ao permitir:

  • Alinhar expectativas;
  • Construir conexões;
  • Gerenciar objeções;
  • Manter a transparência.

Não basta apenas comunicar a adoção das estratégias. Informe os objetivos das mudanças e mostre a importância delas.

Ou seja, você deve motivar seus colaboradores. Afinal, nenhum modelo é eficaz sem a participação de todos.

Monitore continuamente

Utilize indicadores de desempenho que o ajudem a acompanhar a eficácia das medidas implementadas.

Também revise regularmente os procedimentos e políticas de segurança e adote melhorias, sempre que necessário.

Gerencie os custos da sua frota com as ferramentas certas

Como você viu, a pirâmide de Bird é uma ferramenta de suma importância para quem trabalha com frotas de veículos. 

Essa é a melhor ferramenta para capacitar gestores a se prepararem para o futuro. Porém, muitas são as dificuldades. 

E, dentre os muitos desafios, a gestão de custos exige muita atenção das empresas. Afinal, elas devem gerenciar gastos com manutenção, combustível e pessoal. 

Essa estratégia também deve otimizar custos com pedágios, estacionamentos, seguros, impostos e outros.

Para auxiliar gestores nessa etapa, acompanhe um guia exclusivo. Nele, você confere as melhores estratégias para diminuir custos na gestão de frotas.

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